A partir do levantamento da Genera sobre a ancestralidade do brasileiro, vamos nos aprofundar nas origens europeias presentes no nosso DNA?

Dos 72% de ancestralidade europeia que compõem o DNA brasileiro, 39% correspondem à Ibéria (Portugal e Espanha), 29% à Europa Ocidental (Ilhas Britânicas, Alemanha, França e Países Baixos), e 15% à Itália. Essas regiões são as que mais emigraram para o Brasil ao longo dos séculos. A Ibéria, principalmente, pela colonização, e depois Europa Ocidental e Itália, pelos processos migratórios que ocorreram a partir do século 18 e mais predominantemente no final do século 19.

Outras regiões da Europa também estão presentes, como os 4% dos Bálcãs, 4% da Europa Oriental (Lituânia, Letônia, Estônia, Centro-Oeste da Rússia, Polônia, Eslováquia, Ucrânia e Bielorrússia), e 3% da Sardenha.

A Europa se destaca em todas as regiões e estados brasileiros. Contudo, é mais preponderante em influência na região Sul do país, onde contribui com 80,7% no DNA.

De modo especial no Sul do país, os imigrantes europeus foram encaminhados para essa região com a objetivo do governo de ocupar o território e, assim, proteger as fronteiras. Esses imigrantes, então, formaram colônias, fundaram cidades e deixaram muitas marcas nos costumes e na cultura sulista.

Os três estados brasileiros que mais possuem essa ancestralidade são:

  • Santa Catarina: 83,15%
  • Rio Grande do Sul: 82,74%
  • Paraná: 77,38%

A Europa no DNA do brasileiroImigração europeia ao Brasil nos séculos 19 e 20

Contudo, a fim de entender melhor os fluxos migratórios ao longo da História, vale ressaltar que os estados das regiões Sudeste e Sul foram as que mais receberam imigrantes europeus entre os séculos 19 e 20, principalmente aqueles oriundos da Itália e Europa Ocidental.

Essas duas regiões se destacam ao comparar a expressão da ancestralidade europeia com as regiões do Norte e Nordeste, ainda que nestas também seja expressiva.

O Centro-Oeste, por sua vez, destaca-se não por receber diretamente imigrantes europeus, mas por ser destino de populações de todo o país, incluindo os europeus e seus descendentes que habitaram primeiramente outras regiões.

Esse fluxo para o Centro-Oeste é explicado pelas políticas públicas de ocupação e desenvolvimento econômico da região, sobretudo a partir da fundação das cidades de Goiânia e Brasília, e da nomeação desta como capital do país. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais de 2008, do IBGE, em 2007, 30% da população do Centro-Oeste era composta por imigrantes de outras regiões do país.

  • Sul: 80,73%
  • Sudeste: 70,80%
  • Centro-Oeste: 70,54%
  • Nordeste: 66,56%
  • Norte: 60,77%

Ancestralidade do brasileiro por continente

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