
Em comemoração ao aniversário de 467 anos da capital paulista, a Genera apresenta o seguinte estudo das populações mais frequentes nos resultados de pessoas residentes em São Paulo que fizeram o Teste de Ancestralidade Global.
O teste de Ancestralidade Global é feito a partir da leitura de aproximadamente 700 mil pontos do DNA de uma pessoa e subsequente comparação destes com dados genéticos de indivíduos que apresentam histórico genealógico conhecido e associável a uma determinada localidade do globo por pelo menos 5 gerações. Estes dados são obtidos de bancos públicos disponibilizados por universidades e centros de pesquisa do mundo inteiro.
O presente teste não tem como objetivo validar quaisquer afirmações sobre superioridade ou pureza de etnias em detrimento de outras, tampouco a Genera incentiva tais comportamentos. Nosso teste deve ser encarado meramente como uma ferramenta de autoconhecimento e sob hipótese alguma como um validador para discursos racistas ou xenófobos.
Materiais e Métodos
Para se obter o presente resultado, foi realizada a média das porcentagens dos resultados de Ancestralidade Global de indivíduos residentes em São Paulo – SP. O filtro para seleção desses indivíduos foi feito a partir do telefone informado durante o cadastro, sendo selecionados todos aqueles com telefone de DDD 11.
Vieses
O presente estudo possui um viés em seu espaço amostral, oriundo do fato de que o teste de ancestralidade ainda não é 100% difundido no mercado nacional, ficando seu acesso mais ou menos restrito a um recorte da população de renda superior, abrangendo especialmentes as classes A, B e C. Isso afeta de maneira considerável a influência percentual final de cada cluster (agrupamento populacional), dado que há uma disparidade de renda que se relaciona com diferenças de cor e etnia. Enquanto empresa, trabalhamos constantemente para tornar o teste mais acessível e, assim, minimizar o efeito deste viés em trabalhos futuros.
Da mesma forma, o detalhamento obtido em cada população é limitado à quantidade de estudos e dados genéticos disponíveis. Isso significa que é altamente provável que haja outras populações representativas para o pool genético paulistano, porém, dada esta limitação, não temos como obter resultados para as mesmas. Este viés será minimizado com o aumento de estudos genéticos direcionados a estas populações e consequente atualização de nossos algoritmos.
Resultados e discussão
A tabela a seguir mostra os clusters e seus percentuais médios em SP:
Região | % |
Ibéria | 21% |
Itália | 18% |
Europa Ocidental | 13% |
Bálcãs | 5% |
Japão e Coreia | 4% |
Magrebe | 4% |
Judeus | 4% |
Costa da Mina | 3% |
Sardenha | 3% |
Leste Europeu | 3% |
Oeste da África | 3% |
Basco | 2% |
Amazônia | 2% |
Leste da África | 2% |
América Andina | 2% |
Fenoscândia | 1% |
Levante | 1% |
Arábia e Egito | 1% |
Cáucaso | 1% |
Nativos Centro-Americanos | 1% |
Senegâmbia | 1% |
Mandê | 1% |
Tupi | 1% |
Patagônia | 1% |
Anatólia | 1% |
Chifre da África | 0% |
Ilhas Britânicas | 0% |
Nativos Norte-Americanos | 0% |
Volga-Ural | 0% |
Bayaka | 0% |
China Han | 0% |
Sul da Ásia | 0% |
Nilotas | 0% |
Khoisan | 0% |
Ásia Central | 0% |
Filipinas e Brunei | 0% |
Sudeste Asiático | 0% |
Mbuti | 0% |
Sibéria | 0% |
Mongol | 0% |
Melanesia | 0% |
O resultado também pode ser visualizado em forma de resultado de exame.
Discussão dos resultados
Mesmo com todos os vieses acima descritos, nota-se, no resultado, certo alinhamento com a história da capital paulista, que, ao longo de seus 467 anos de existência – e mesmo antes disso – tem sido palco de inúmeros fluxos migratórios, nacionais e internacionais. Algumas populações da tabela são relativamente novas em São Paulo – como os coreanos – o que explica seus valores baixos, dado que ainda não houve tempo de haver uma miscigenação mais significativa e os marcadores genéticos da população ainda são restritos às comunidades originais.
Conclusão
O Brasil é tido como um grande confluente de etnias, e o perfil genético paulistano não foge desta realidade. Como ponto que assumiu destaque econômico, tecnológico e político, a cidade de São Paulo atraiu para si boa parte dos migrantes que aportavam a terras brasileiras na esperança de melhores condições de vida. Dessa forma, o “DNA da cidade” conta com contribuições da maior parte das regiões do mundo, com destaque especial para Ibéria, Europa Ocidental e Itália, que atingem valores superiores a 10%.