O DNA e o RNA são fundamentais para a vida, pois armazenam e transmitem o código genético que define as características de cada ser vivo. Eles têm papel essencial na medicina, ajudando, por exemplo, no diagnóstico de doenças e no desenvolvimento de terapias e tratamentos personalizados 

O DNA é fundamental para a genética e a hereditariedade, pois contém todas as informações necessárias para a formação e o funcionamento do organismo. Ele transmite essas informações de uma geração para a próxima, assegurando que as características de pais e mães sejam passadas para seus filhos, como, por exemplo, a cor dos olhos, o tipo sanguíneo e a predisposição a doenças. 

O RNA desempenha um papel importante ao ajudar na interpretação e execução dessas informações, e ao participar da produção de proteínas, também influencia como essas características são expressas no organismo.  

Diferença entre DNA e RNA: armazenamento e transmissão genética

O DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico) são moléculas fundamentais para os mecanismos genéticos que tornam a vida possível.  

O DNA funciona como um repositório de informações genéticas. Ele é responsável por manter essas instruções a longo prazo e passá-las de uma geração para outra. Ele pode ser de dois tipos: nuclear, que fica armazenado no núcleo das células que são nucleadas, e mitocondrial, que fica armazenado nas mitocôndrias, estruturas celulares responsáveis pela produção de energia.  
 
O DNA nuclear tem uma estrutura em dupla hélice e é transmitido através das gerações tanto pelo pai quanto pela mãe. Já o DNA mitocondrial tem um formato circular e só pode ser transmitido pela mãe. 

O RNA, por outro lado, atua como um mensageiro dessas informações, levando-as até a parte da célula que fabrica proteínas, orientando essa produção. As proteínas, por sua vez, são indispensáveis para o corpo, pois atuam em várias funções, como acelerar reações químicas, regular atividades internas por meio de hormônios e formar estruturas essenciais das células e dos tecidos. 

Enquanto o DNA garante a transmissão das informações genéticas, o RNA entra em ação para executá-las. É ele quem conduz a síntese de proteínas, unindo as informações genéticas e o funcionamento das células de forma prática e funcional. 

Estrutura do DNA e RNA: como são formados

Tanto o DNA quanto o RNA são feitos de pequenas unidades chamadas nucleotídeos, que contêm um açúcar, uma base nitrogenada e um grupo fosfato. 
  

No DNA, o açúcar é a desoxirribose e as bases nitrogenadas que o formam são adenina (A), timina (T), citosina (C) e guanina (G).  As fitas de DNA são complementares e a ligação entre elas ocorre através das bases que se ligam em pares: A com T e C com G. 
  

Já o RNA tem o açúcar ribose e apenas uma fita. Em vez da timina (T), ele usa uma base chamada uracila (U), que se liga à adenina, porém essa ligação ocorre apenas em momentos pontuais, já que ele é composto por apenas uma fita. 

Como DNA e RNA transmitem informações genéticas

O DNA guarda as instruções para produzir as proteínas que o corpo precisa. Essas instruções estão organizadas em sequências de três bases, chamadas códons, que indicam quais aminoácidos formarão cada proteína. 

Quando uma célula precisa produzir uma proteína, ela replica a parte necessária do DNA em forma de RNA mensageiro (mRNA), processo conhecido como transcrição. Esse RNA leva a informação até os ribossomos, que são as estruturas onde as proteínas são montadas, e esse estágio é conhecido como tradução. Outros tipos de RNA também participam dessa etapa, como, por exemplo, o tRNA (RNA transportador). 
 
Portanto, o DNA fornece o plano e o RNA executa esse plano, garantindo que as células produzam as proteínas certas. 

Mitos sobre o DNA 

Mesmo com o avanço da ciência e do acesso à informação, a função e importância do DNA é cercada de mitos. No entanto, compreender o funcionamento do material genético ajuda a tomar decisões conscientes sobre saúde e até planejamento familiar. Veja abaixo os principais mitos:  

Mito. O exame de DNA não se limita à análise de sangue. Ele pode ser realizado com diferentes tipos de material biológico, como, por exemplo, sangue, fios de cabelo, unhas e saliva. Nos testes da Genera, podem ser analisadas tanto amostras de saliva como de sangue. 

  • O DNA determina tudo sobre quem somos 

Mito. É comum pensar que o DNA define completamente cada aspecto de uma pessoa, como se fosse um plano fixo e imutável. No entanto, o funcionamento dos genes também é influenciado por fatores externos, como a alimentação, o estilo de vida e o ambiente ao qual estamos expostos. Essa interação entre genética e ambiente é estudada pela epigenética, que mostra como os genes podem se comportar de maneiras diferentes ao longo da vida. 

  • Alterações no DNA sempre causam doenças  

Mito. Nem toda mutação genética provoca um problema de saúde. Muitas alterações no DNA são neutras, ou seja, não causam impacto significativo no organismo. Além disso, o corpo possui mecanismos de correção que conseguem lidar com muitos desses “erros” genéticos de forma natural. 

Testes genéticos: como analisamos seu DNA?

O processo começa com a coleta de uma amostra, como saliva ou sangue. A partir da amostra, o DNA é extraído e analisado usando a técnica de SNP array, que analisa pontos específicos do DNA, chamados de SNPs (Single Nucleotide Polymorphisms), relevantes para o desenvolvimento de características e condições. 
 
Essas análises fornecem dados importantes sobre a predisposição genética a doenças e auxiliam na personalização de tratamentos médicos conforme as características genéticas de cada pessoa, como acontece nos testes genéticos direto ao consumidor oferecidos pela Genera.  
 
Por outro lado, esses dados podem ser utilizados em outros tipos de testes genéticos diagnósticos, prescritos por médicos geneticistas e outros especialistas, na investigação de doenças genéticas. 
 

Terapias inovadoras

Atualmente, tanto o DNA quanto o RNA desempenham papéis essenciais no avanço da medicina, com terapias inovadoras sendo aplicadas a diversas condições. Como exemplo, podemos citar a aplicação do DNA em terapias gênicas e na edição genética, para o tratamento de doenças genéticas e câncer.

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Fonte: Larissa Bonasser – Bióloga, Mestre em Ciências da Saúde e Analista de Pesquisa e Desenvolvimento