Se a Beyoncé fizer, um dia, o teste de ancestralidade da Genera, sabe quem poderia aparecer na sua lista do Busca Parentes? Ninguém menos que a Madonna. 

As duas cantoras têm uma conexão muito maior que na parceria na música “Break My Soul”, lançada em 2022. Elas compartilham também um vínculo genético: Beyoncé e Madonna são primas – distantes, mas são primas.  

Você deve estar se perguntando como isso é possível e de onde surgiu essa ligação tão improvável. Vamos lá que te explicaremos tudo sobre o que une duas das maiores cantoras internacionais aqui no nosso blog.  

Antes de tudo, temos que voltar um pouco no tempo para entender essa história.  

De onde veio a família da Beyoncé? 

Você já deve ter percebido que o nome “Beyoncé” não é muito comum, e soa diferente até mesmo para as pessoas dos Estados Unidos. Ele tem, inclusive, um acento agudo, que não é parte da língua inglesa. Se você algum dia imaginou que ele tem um quê francês, você não estava errado.  

Apesar de Beyoncé ter nascido no estado americano do Texas, sua família materna tem origem na França. “Beyonce”, na verdade, é o sobrenome da sua mãe. Conhecida simplesmente como Tina, o nome completo da mãe de Beyoncé é Celestine Beyonce. Depois do casamento com o pai de Beyoncé, Matthew Knowles, ela passou a assinar como Tina Knowles. 

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Entretanto, o sobrenome de Tina foi, no momento do registro, grafado incorretamente. Seu pai – o avô de Beyoncé – se chamava Lumis Albert Beyincé. O sobrenome, tipicamente francês, foi registrado com uma letra trocada. Isso era bastante comum de acontecer, inclusive no Brasil, com nomes de família de origem estrangeira. 

Todos os outros membros da família de Tina têm o sobrenome escrito corretamente (“Beyincé”). 

Quem saiu da França e foi para os EUA? 

Antes de se mudarem para o Texas, os antepassados mais próximos de Beyoncé, entre eles seus avós, bisavós e trisavós, moravam no estado da Luisiana. A região onde se localiza esse estado foi, inicialmente, colonizada pelos franceses. Tanto que ela era conhecida como “Nova França” até a metade do século 18. 

Os franceses deixaram um legado cultural importante no sul dos Estados Unidos, que inclui a arquitetura, a culinária e, inclusive, o nome de várias cidades, como Baton Rouge, Nova Orleans e Lafayette. 

Voltando à família de Beyoncé: a sua trisavó, Louise Solange Remillard, foi a primeira de sua genealogia a nascer nos Estados Unidos. A mãe dela, Therese Solange Marchesseau, era canadense. 

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Assim como uma grande parte do leste estado-unidense, um trecho das terras canadenses também constituía a Nova França. Antes de Therese Solange, cinco outras gerações de antepassados de Beyoncé viveram no Canadá. O primeiro canadense na linhagem da artista foi Jean-François Bélanger (para chegarmos nele, temos que voltar 10 gerações no total). 

A mãe de Jean-François, nascida no início do século 17, se chamava Marie Guyon e era francesa. Além desse filho, Marie teve vários outros, incluindo Charles Bélanger, que é, ninguém menos, que um antepassado da Madonna. 

Onde entra a Madonna nessa história? 

Colocando de outra maneira o que dissemos antes: Jean-François Bélanger, antepassado da Beyoncé, e Charles Bélanger, antepassado da Madonna, são irmãos. Isso significa que o primeiro ancestral em comum entre as duas artistas é a mãe deles, Marie Guyon.   

Da mesma forma que os parentes de Beyoncé, os de Madonna também atravessaram o oceano Atlântico e desembarcaram no Canadá. Eles permaneceram nesse país por nove gerações, até migrarem para os Estados Unidos. 

Rose Eleanor Lajoie, bisavó de Madonna, foi a última a nascer no Canadá. Ela deu à luz Willard Fortin, avô de Madonna, no estado americano de Michigan. Esse estado se localiza na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá – longe de onde nasceu a família de Beyoncé – e também era colônia canadense. 

Tanto o avô quanto a mãe e a própria Madonna também são nascidos em Michigan. A Rainha do Pop viria a nascer na cidade de Bay City em 16 de agosto de 1958. 

O nome de Madonna, que, diferentemente do da Beyoncé, de francês não tem nada, tem tudo de um país fronteiriço: a Itália. Sua mãe também se chamava Madonna – que é uma palavra de origem italiana, apesar das suas origens franco-canadenses. Coincidentemente, ela se casou com um descendente de italianos, Silvio Ciccone. Esse sobrenome foi herdado por Madonna. 

Qual é o grau de parentesco entre as duas? 

Vamos falar mais um pouco de Marie Guyon, a ancestral em comum entre Madonna e Beyoncé. Para chegarmos nela, partindo da Madonna, temos que retornar 12 gerações. Se fizermos o caminho inverso a partir da Beyoncé, são 11 gerações. 

Isso quer dizer que Madonna e Beyoncé são primas de 10º grau uma vez removidas. Esse termo “primas uma vez removidas” indica que o número de gerações até voltar ao ancestral em comum não é o mesmo para a Madonna e a Beyoncé. Como a diferença entre o número de gerações para se chegar a esse ancestral é apenas uma geração, utilizamos a expressão “primas uma vez removidas”. 

Para facilitar as coisas, poderíamos dizer que Beyoncé é prima de 10º grau da mãe da Madonna. Ou ainda que os filhos da Beyoncé – como a Blue Ivy – são primos de 11º grau da Madonna.

Qual a probabilidade de esse parentesco ter acontecido? 

Cada vez que voltamos uma geração nas nossas árvores genealógicas, o número de ancestrais que temos duplica. 

Segue este raciocínio: se você retornar uma geração, você tem dois antepassados: seu pai e sua mãe. Indo uma geração mais longe, são mais quatro familiares: seus dois avós paternos e os dois maternos. E assim por diante.  

Voltando 11 e 12 gerações, até chegarmos no ancestral em comum de Beyoncé e Madonna, são 2048 e 4096 ancestrais, respectivamente. E o que isso significa? Que lá por volta dos anos 1650, quando o ancestral em comum de Beyoncé e Madonna era vivo, existiam outras 4095 pessoas no mundo todo cujas linhagens também viriam a fazer parte da árvore genealógica da Madonna. 

Isso é muita gente! Ainda mais considerando que, provavelmente, essas pessoas viviam em localidades próximas e não estavam espalhadas por todos os continentes. 

Ainda assim, sabendo que as populações totais de países como a França, o Canadá e os Estados Unidos na época eram muito maiores que isso, esse número não parece tão alto assim. Por isso existe, também, um pouquinho de coincidência nesse parentesco. 

O que podemos afirmar com certeza é que, a cada geração que voltamos, aumenta de maneira exponencial o número dos nossos antepassados e, com isso, a probabilidade de sermos parentes de todas as outras pessoas. 

Talvez até mesmo você seja parente da Beyoncé. Faça o teste de ancestralidade e Descubra!