Em 7 de maio de 1824 foi apresentada pela primeira vez a Nona Sinfonia de Beethoven. Considerada uma obra-prima e tornando-se uma das músicas mais conhecidas do repertório ocidental, “A Nona”, que completa 200 anos de idade, foi a última sinfonia completa composta por Ludwig van Beethoven, reconhecido mundialmente como gênio por conta de suas habilidades musicais. Mas será que essa genialidade pode ser explicada pela genética?

Continue a leitura para entender se a genética pode influenciar em nossas habilidades e também para conferir o que pesquisadores descobriram com um recente estudo sobre o DNA de Beethoven.

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A genética pode influenciar habilidades?

O nosso DNA contém milhares de informações que podem influenciar o nosso organismo em diversos aspectos, desde as características físicas, como a cor dos olhos, e até comportamentos.

Claro que quando falamos de características comportamentais, como as habilidades, existe uma série de fatores envolvidos, especialmente os ambientais, como estímulos que recebemos na infância, influência de pais e familiares, treinos e atividades do dia a dia, gostos e preferências pessoais e infinitas outras motivações. A genética é apenas uma parte de todos esses fatores que influenciam nossas habilidades.

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O teste Genera apresenta, por exemplo, algumas características genéticas relacionadas a aptidões, como as habilidades matemática e esportiva, disponíveis nos painéis You e Fit, respectivamente, e a criatividade, disponível no Painel Plus.

O DNA de Beethoven

Um recente estudo do Instituto Max Planck de Estética Empírica (MPIEA) publicado na revista Current Biology, concluiu que Beethoven, o gênio da composição, não possui em seu DNA os genes associados a uma maior habilidade musical.

A partir do material genético coletado de uma mecha do cabelo de Beethoven, a equipe de pesquisadores analisou um conjunto poligênico ligado à capacidade de sincronização de batidas, que está intimamente relacionada à musicalidade. E o resultado foi curioso: a “partitura poligênica” de Beethoven, um dos músicos mais célebres da história, apresenta uma pontuação normal para a musicalidade geral, em relação às amostras comparadas pelo estudo. Ou seja, geneticamente, considerando apenas o conjunto poligênico analisado, Beethoven tinha uma capacidade comum para a habilidade musical.

Esse resultado nos ajuda a compreender que não devemos considerar as predisposições genéticas como uma sentença. Os fatores ambientais, sobretudo nossas experiências, gostos pessoais, dedicação e motivações, são essenciais para desenvolvermos habilidades. Mas podemos dizer que a genética é um empurrão a mais para aprimorarmos as nossas aptidões.

E você sabia que essa não é a única polêmica genética envolvendo o Beethoven?

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