A partir do Teste de Ancestralidade Global da Genera, foi possível identificar que o perfil genético paulistano é um grande confluente de etnias. Bem como, a ancestralidade dos Residentes de São Paulo é constituída de 25 povos de todos os continentes

Primeiramente, o Teste de Ancestralidade Global é feito a partir da leitura de milhares de pontos do DNA de uma pessoa e subsequente comparação destes com dados genéticos de indivíduos que apresentam histórico genealógico conhecido e associável a uma determinada localidade do globo por pelo menos 5 gerações. Desse modo, os dados são obtidos de bancos públicos disponibilizados por universidades e centros de pesquisa do mundo inteiro.

Todavia, para se obter o presente resultado, foi realizada a média das porcentagens dos resultados de Ancestralidade Global de indivíduos residentes em São Paulo – SP. 

Antes de tudo, esse levantamento é importante para revelar que nosso passado é mais rico e antigo do que podemos imaginar e para recuperar as origens e a história de povos que sofreram muita violência, como os judeus, os negros, os indígenas.

Viés Amostral

O presente estudo possui um viés em seu espaço amostral, oriundo do fato de que o teste de ancestralidade ainda não é 100% difundido no mercado nacional, ficando seu acesso mais ou menos restrito a um recorte da população de renda superior, abrangendo especialmente as classes A, B e C.

Acima de tudo, isso afeta de maneira considerável a influência percentual final de cada agrupamento populacional, dado que há uma disparidade de renda que se relaciona com diferenças de cor e etnia.

Trabalhamos constantemente para tornar o teste mais acessível e, assim, minimizar o efeito deste viés em trabalhos futuros.

Da mesma forma, o detalhamento obtido em cada população é limitado à quantidade de estudos e dados genéticos disponíveis. Isso significa que é altamente provável que haja outras populações representativas para o pool genético paulistano, porém, dada esta limitação, não temos como obter resultados para as mesmas.

Este viés será minimizado com o aumento de estudos genéticos direcionados a estas populações e consequente atualização de nossos algoritmos.

Ancestralidade dos Residentes de São Paulo Têm DNA de 25 Povos do Mundo

Os principais lugares de origem detectados foram Ibéria (Espanha e Portugal), com 21%, Itália, com 18%, e Europa Ocidental (Reino Unido, França, Holanda, Irlânda), com 13%.

Bem como, há moradores de São Paulo com ancestralidade vinda de países como Escandinávia, do Cáucaso, da Amazônia, do leste da África, também de Senegal e Gâmbia, além da Arábia, Japão e Coreias, confira a lista completa:

Região %
Ibéria 21%
Itália 18%
Europa Ocidental 13%
Bálcãs 5%
Japão e Coreia 4%
Magrebe 4%
Judeus 4%
Costa da Mina 3%
Sardenha 3%
Leste Europeu 3%
Oeste da África 3%
Basco 2%
Amazônia 2%
Leste da África 2%
América Andina 2%
Fenoscândia 1%
Levante 1%
Arábia e Egito 1%
Cáucaso 1%
Nativos Centro-Americanos 1%
Senegâmbia 1%
Mande 1%
Tupi 1%
Patagônia 1%
Anatólia 1%
Chifre da África 0%
Ilhas Britânicas 0%
Nativos Norte-Americanos 0%
Volga-Ural 0%
Eles vêm 0%
China Han 0%
Sul da Ásia 0%
Entregue 0%
Khoisan 0%
Ásia Central 0%
Filipinas e Brunei 0%
Sudeste Asiático 0%
Cabra 0%
Sibéria 0%
mongol 0%
Melanésia 0%

 

O resultado também pode ser visualizado em forma de resultado de exame.

Confluente de etnias

Mesmo com todos os vieses acima descritos, nota-se, no resultado, certo alinhamento com a história da capital paulista, que, ao longo da sua existência – e mesmo antes disso – tem sido palco de inúmeros fluxos migratórios, nacionais e internacionais.

Do mesmo modo, algumas populações da tabela são relativamente novas em São Paulo – como os coreanos – o que explica seus valores baixos, dado que ainda não houve tempo de haver uma miscigenação mais significativa e os marcadores genéticos da população ainda são restritos às comunidades originais. 

Conclusão

O Brasil é tido como um grande confluente de etnias, e a ancestralidade dos residentes de São Paulo não foge desta realidade. Sobretudo como ponto que assumiu destaque econômico, tecnológico e político, a cidade de São Paulo atraiu para si boa parte dos migrantes que aportavam a terras brasileiras na esperança de melhores condições de vida. Dessa forma, o “DNA da cidade”  conta com contribuições da maior parte das regiões do mundo, com destaque especial para Ibéria, Europa Ocidental e Itália, que atingem valores superiores a 10%.

 

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