Parece que a cada dia mais gente descobre ter alguma alergia. E não é só impressão. Dados da Organização Mundial da Alergia (WAO) mostram que a condição já atinge cerca de 4 em cada 10 pessoas no planeta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai além e estima que, se o ritmo de crescimento continuar, metade da população global pode ser afetada por algum tipo de alergia até 2050.

Mas o que explica esse verdadeiro boom de casos? Fatores como a poluição do ar e teorias como a “Hipótese da Higiene” — que sugere que nosso sistema imune ficou “destreinado” devido a um menor tamanho familiar e a padrões mais elevados de higiene pessoal e doméstica, reduzindo o risco de exposição a agentes infecciosos — estão entre as principais explicações.

Para saber mais sobre a alergia, como causas, tipos e sintomas continue a leitura.

Alergia: o que é?

A alergia é uma resposta exagerada do nosso sistema imunológico a determinadas substâncias, chamadas de alérgenos, que, para a maioria das pessoas, não causaria problema algum.

O sistema imune identifica uma substância normalmente inofensiva, como poeira ou um alimento, como se fosse uma grande ameaça. E, a partir daí, começa a produzir anticorpos, principalmente a Imunoglobulina E (IgE), para combater esse falso invasor.

Essa reação em cadeia libera substâncias químicas no corpo, como a histamina, que são as verdadeiras responsáveis pelos sintomas que a gente conhece bem: espirros, coriza, coceira, inchaço e, em casos mais graves, até dificuldade para respirar.

Tipos mais comuns de alergia

As alergias podem se manifestar de diferentes formas e em diferentes partes do corpo, dependendo do que causa a reação. Os tipos mais comuns são:

Alergias respiratórias

A manifestação alérgica respiratória mais comum é a rinite alérgica, afetando entre 30% e 40% dos brasileiros. A asma também é frequente e muitas vezes está associada à rinite.

Geralmente, esse tipo e alergia é desencadeado por alérgenos que estão no ar, como ácaros presentes na poeira de casa, pelos de animais, fungos (mofo) e pólen de plantas.

Alergias cutâneas (de pele)

As reações na pele podem ser causadas pelo contato direto com substâncias como produtos de limpeza, cosméticos, metais de bijuterias, tecidos sintéticos ou pela picada de insetos.

Alimentos e medicamentos também podem provocar sintomas na pele. Exemplos de alergias cutâneas são a dermatite atópica e a urticária.

Alergias alimentares

Elas acontecem quando o corpo reage a certos componentes dos alimentos. Leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas e frutos do mar são os principais gatilhos. Os sintomas podem ir de uma simples coceira na boca a reações graves.

Alergia a medicamentos

Qualquer remédio pode, em tese, causar uma reação alérgica. Os mais comuns são os anti-inflamatórios e os antibióticos.

Alergia a picada de insetos

A reação à picada ou ferroada de insetos como abelhas, vespas, formigas e mosquitos pode causar desde uma irritação local até uma resposta generalizada e grave.

Principais sintomas de alergia

Os sintomas de uma crise alérgica vão de um leve incômodo a uma emergência médica. Mas, de modo geral, os mais frequentes são espirros em sequência, coriza e coceira no nariz.

Além disso, olhos vermelhos e lacrimejantes, tosse e lesões na pele, como placas avermelhadas e inchadas, também são comuns.

Dependendo do tipo e da intensidade da alergia, outros sintomas podem aparecer. É importante ficar atento a sinais mais sérios, pois eles podem indicar uma anafilaxia, a forma mais grave de reação alérgica, que exige atendimento médico imediato.

  • Sintomas respiratórios: congestão nasal, tosse seca e chiado no peito.
  • Sintomas na pele: urticária (placas vermelhas que coçam), inchaço dos lábios, pálpebras e outras partes do corpo (angioedema) e piora de lesões de dermatite.
  • Sintomas gastrointestinais: dor abdominal, vômitos e diarreia, comuns em alergias alimentares.
  • Sintomas graves (anafilaxia): dificuldade para respirar, sensação de garganta fechando, tontura, queda da pressão arterial e perda de consciência.

Um exemplo específico é a alergia a camarão, que acontece por uma reação à tropomiosina, uma proteína envolvida na contração muscular. Os sintomas podem ser desde uma coceira leve na boca e urticária até reações severas de anafilaxia.

Alergia e intolerância alimentar: quais as diferenças?

As pessoas confundem bastante alergia com intolerância alimentar, mas são condições bem diferentes. E a principal diferença está na forma como o corpo reage. A alergia alimentar é uma resposta do sistema imunológico, enquanto a intolerância alimentar é um problema digestivo.

Na alergia, o sistema de defesa do corpo identifica o componente de um alimento como perigosa e libera anticorpos, causando uma reação que pode ser grave e afetar várias partes do corpo.

Já na intolerância, o organismo não consegue digerir direito um componente do alimento, geralmente por falta de alguma enzima.

A intolerância à lactose é um bom exemplo dessa diferença. Nela, o corpo não produz a enzima lactase em quantidade suficiente para quebrar a lactose, o açúcar do leite. E isso provoca sintomas digestivos, como inchaço, gases, cólicas e diarreia.

Já na alergia à proteína do leite de vaca, o sistema imune reage de forma exacerbada, podendo causar placas na pele, vômitos e até sintomas respiratórios.

A alergia pode ser causada por fatores genéticos?

Sim, a genética tem um papel importante no desenvolvimento de alergias. Ter familiares próximos, por exemplo pais ou irmãos, com algum tipo de alergia, como rinite, asma ou dermatite atópica, aumenta consideravelmente a chance de uma pessoa também desenvolver essas condições.

E essa predisposição genética para ter reações alérgicas é chamada de atopia.

Mas a genética não é uma sentença. Herdar variantes genéticas associadas à alergia não significa que a pessoa será alérgica. Fatores ambientais e o estilo de vida são frequentemente os gatilhos que fazem essa predisposição genética se manifestar.

É a interação complexa entre nossos genes e o ambiente em que vivemos que vai definir se uma alergia vai ou não se desenvolver ao longo da vida.

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Como a Genera pode ajudar?

Entender o que está escrito em nosso DNA é uma ferramenta importante no cuidado com a saúde. O laboratório Genera, por exemplo, oferece um caminho para decifrar essas informações a partir de um teste genético simples e que pode ser feito em casa.  

O processo não é invasivo e leva menos de três minutos, utilizando apenas uma amostra de saliva para mapear o seu código genético. 

Mas como isso se conecta com as alergias e intolerâncias? A análise do seu DNA pode revelar predisposições a diversas condições.  

No caso da intolerância à lactose, por exemplo, o teste genético da Genera consegue identificar uma variação no gene MCM6, que está envolvido na regulação da produção da enzima lactase. Ter essa informação ajuda a entender a causa de sintomas digestivos e a buscar, com um médico ou nutricionista, o melhor plano alimentar. 

Da mesma forma, a análise genética pode indicar predisposição a desenvolver reações alérgicas, como asma, rinite ou mesmo alergia a camarão, e também alergia a gato. Estas últimas estão disponíveis para os assinantes do Genera Sempre.  

No Genera, também são analisadas predisposição para “Dermatite atópica”, que faz parte do painel Skin, e o “Ácido acetilsalicílico”, presente no painel Farma, onde é avaliada a predisposição para desenvolver urticária ao utilizar o medicamento.

Embora o teste não diagnostique a alergia em si, ele informa sobre a sua predisposição genética, permitindo um cuidado preventivo maior.

Revisado por: Larissa S. Penna, Biomédica, Doutora em Biologia Celular e Molecular e Analista de Pesquisa e Desenvolvimento na Genera