Além de ser um dado importantíssimo para questões de saúdeos tipos sanguíneos são um assunto amplamente abordado nas aulas de genética. Isso porque o tipo sanguíneo de uma pessoa está diretamente relacionado às informações presentes em seus genes.

Quando somos concebidos, metade de nosso material genético vem de nossa mãe, e a outra metade, de nosso pai. Herdamos de cada um deles um conjunto completo de informação genética. Sendo assim, cada um de nós carrega dois conjuntos de informação genética completos. No entanto, apesar de estarem relacionadas às mesmas características de nosso organismo, nem sempre essas informações são idênticas.

Como saber meu tipo sanguíneo?

A forma como é determinado nosso tipo sanguíneo é um caso que ilustra essa questão. No caso do sistema ABO, cada pessoa possui duas vezes a informação genética que determina se seu tipo sanguíneo é A, B, AB ou O. Esta informação se encontra em um gene que, não por acaso, também se chama “gene ABO”.

De acordo com o sistema ABO, quem é do tipo A possui em seus glóbulos vermelhos uma molécula chamada aglutinogênio A, enquanto quem é do tipo B, possui aglutinogênio B. Quem é do tipo AB possui os dois aglutinogênios, e quem é do tipo O não possui nenhum deles.

Dessa forma, uma pessoa com o tipo sanguíneo A precisa herdar ao menos do pai ou da mãe a informação genética para produção do aglutinogênio A, e não pode herdar a informação para produção do aglutinogênio B (se isso acontecesse, a pessoa seria do tipo AB). Já quem é do tipo O, por exemplo, não pode herdar nem informação para produção do aglutinogênio A, nem informação para o aglutinogênio B. É por isso que se diz, por exemplo, que um casal em que tanto o pai quanto a mãe sejam do tipo AB (e, então, teriam de passar a seu filho, obrigatoriamente, a informação para a produção de aglutinogênio A ou B) não pode ter filhos do tipo O (pois, herdando a informação para A ou para B, seria consequentemente impossível o filho ser O).

O filho herda o sangue do pai ou da mãe? Tipo sanguíneo e a paternidade 

Com base em deduções como a do parágrafo acima, muitas pessoas utilizam o tipo sanguíneo como uma forma de contestar a paternidade. No exemplo acima, a situação de um pai AB e uma mãe AB que tivessem um filho O traria ao pai um indício de que ele poderia não ser o pai da criança (ou que a criança poderia até mesmo não ser filha de nenhum dos dois, tendo sido trocada na maternidade).

No entanto, apesar de realmente podermos encarar esse fato como um indício, não podemos dizer que ele é uma comprovação de não paternidade. Isso porque a genética do sistema ABO é mais complexa do que estudamos no colégio 1.

Além de nosso DNA estar sempre sujeito a mutações que podem alterar parte da informação que, a princípio, herdaríamos de nossos pais, também há mais genes além do ABO envolvidos na determinação de nosso tipo sanguíneo.

As moléculas de aglutinogênio A e B são produzidas a partir da molécula antígeno H. Quem é do tipo sanguíneo A transforma o antígeno H em aglutinogênio A, enquanto pessoas do tipo B transformam o antígeno H em aglutinogênio B. Já quem possui o tipo sanguíneo O, não transforma o antígeno H em nenhuma dessas moléculas. Ou seja, nessas pessoas, o antígeno H permanecerá, sempre, na forma de antígeno H.

Pode um filho nascer com o sangue diferente dos pais?

Há uma exceção interessante, que pode estar por trás de casos em que um filho O de fato tenha nascido de pais AB – ou de outras combinações de pais e filhos que pareceriam geneticamente impossíveis a um primeiro olhar. É o caso do Efeito Bombaim (assim chamado porque foi descoberto na cidade de Bombaim, na Índia).

O que é Efeito Bombaim, o Falso “O” ?

O efeito Bombaim ocorre quando, apesar de possuir informação genética para produção do aglutinogênio A ou B (ou ambos), a pessoa não apresenta nenhuma dessas moléculas em seus glóbulos vermelhos, sendo enquadrada no tipo sanguíneo O. No entanto, quando estudadas mais a fundo, descobre-se que essas pessoas não possuem nem o próprio antígeno H. Isso é, tais indivíduos não produzem os aglutinogênios A ou B porque não possuem a “matéria prima” para sua produção.

Essa situação está associada a dois outros genes, chamados FUT1 2 e FUT2 3. Se, em ambos estes genes, a pessoa não possuir nenhuma cópia da informação genética para produção do antígeno H, os aglutinogênios A e B nunca poderão ser produzidos. Sendo assim, voltando a nosso exemplo, se um casal em que ambos possuam o tipo sanguíneo AB, se houver, nos genes FUT1 e FUT2 dessa casal uma informação “escondida” para não produção do antígeno H, a combinação dessas informações no filho pode gerar uma criança com tipo sanguíneo aparentemente O (chamado “falso O”, por não possuir nem mesmo o antígeno H).

Assim como o sistema ABO, a determinação do Fator Rh (relacionado ao sinal de “positivo” ou “negativo” em nosso tipo sanguíneo), também é mais complexa do que costumamos estudar. Quem é do tipo sanguíneo positivo possui a molécula Rh em suas hemácias, enquanto quem é negativo, não possui. No entanto, mais de 40 forma diferentes de moléculas Rh já foram identificadas, e nem sempre os testes convencionais de tipagem sanguínea detectam essas moléculas mais raras. Assim, pode haver casos de pessoas falso Rh negativo, que possuem em suas hemácias moléculas de Rh raras que não seriam detectadas em determinados testes.

Situações como as relatadas acima podem gerar diversas complicações com relação a questões como a transfusão sanguínea, e também podem gerar confusão em casos de dúvida de paternidade. Por isso, se o tipo sanguíneo de um filho gerar dúvidas quanto a esse assunto, a forma mais segura de obter uma resposta é realizar um teste de DNA para investigação do vínculo genético.

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